História
Podemos identificar a origem do sindicalismo médico no Brasil por ocasião dos debates realizados no Congresso Nacional dos Práticos, realizado pelos médicos brasileiros em 1922 no Rio de Janeiro, onde se estabeleceu diretrizes a serem adotadas em defesa da categoria pela primeira vez.
A consequência direta do referido congresso foi a criação, em 1927, do primeiro sindicato dos médicos no nosso país, o Sindicato Brasileiro dos Médicos, com sede na capital da República, o hoje denominado Sindicato dos Médicos do Estado do Rio de Janeiro. Os primeiros Códigos de Ética (1931 e 1945) promulgados em eventos promovidos por esse sindicato são a expressão da defesa dos interesses dos profissionais da época, condenavam o assalariamento e defendiam o padrão liberal como forma de preservar a liberdade do médico em determinar o valor e a duração da consulta.
Com o passar dos anos, o crescimento da quantidade de médicos e sua disseminação país afora levou à criação de novos sindicatos e fundações, como a Federação Nacional dos Médicos, (FENAM) criada em 1973, em pleno regime militar, com o objetivo de congregar e articular os sindicatos dos médicos existentes e trabalhar para ampliar seu número. Dez anos depois já eram 24 sindicatos dos médicos no Brasil.
Em 1974/75 o modelo econâmico implantado pelo regime militar entrou em crise em virtude da diminuição do fluxo de capital internacional, levando o país a diminuir drasticamente seu ritmo de crescimento, que no seu melhor período chegou a 10% do PIB. A escassez de recursos para manutenção do sistema de saúde e o aumento dos custos operacionais levou o Brasil à sua pior crise no setor. Na tentativa de conter os custos e combater as fraudes, o governo criou o Conselho Consultivo de Administração da Saúde e Previdência (CONASP), ligado ao extinto INAMPS.
O CONASP encontrou forte oposição da Federação Brasileira de Hospitais, que viam nessa tentativa uma intervenção indevida no funcionamento dos hospitais e a perda de sua hegemonia dentro do sistema.
No final da década de 70 e início dos anos 80, a crise econômica tinha se agravado ainda mais. A classe trabalhadora brasileira estava em efervescência, o arrocho salarial e as péssimas condições de trabalho se tornaram inaceitáveis e grandes mobilizações ocorreram especialmente no ABCD Paulista, com o surgimento de importantes lideranças que levaram ao renascimento do movimento sindical no Brasil.
Mas a repressão militar, que motivou diversas prisões de lideranças sindicais e intervenções em sindicatos, proporcionou um resultado diferente do esperado pelos quartéis. Ajudou, na contramão, a consolidar as lideranças, os sindicatos emergentes e o projeto de abertura política. Essas pressões sociais desembocaram na aprovação da Lei da Anistia, da Reforma Partidária e no maior movimento de massas de nossa história: a Campanha Diretas Já.
Gestado dentro da Associação Piauiense de Medicina, presidida pelo médico Marcos Aurélio Rufino, e com forte apoio da Federação dos Hospitais, dirigido pelos médicos David Cortelazzi e Dib Tajra, o Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí nasceu nesse período de turbulência, mais precisamente no dia 23 de junho de 1980, com a denominação de Associação Profissional dos Médicos do Estado do Piauí, com Termo de Abertura e registro na Delegacia Regional do Trabalho em Teresina e o consequente requerimento da carta sindical, cumprindo uma exigência legal da época prevista no art. 577 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT.
Depois de aprovado o estatuto da nova Associação, foi eleita por aclamação a sua primeira diretoria, tendo a frente o médico Fernando Gomes Correia Lima, nosso primeiro presidente, passando a fazer suas reuniões na sede da Associação Piauiense de Medicina.
Cronologia:
- 08 de janeiro de 1981 - Foi alcançado 1/3 legal dos integrantes da categoria;
- 15 de abril de 1981 - Concedida a carta sindical ao SIMEPI em despacho do Senhor Ministro do Trabalho e Previdência Social - Processo MTb - 31 1334/80 Reg. Livro 89 fls 43.
- 09 de maio de 1981 - Reconhecimento do Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí pela Delegacia Regional do Trabalho.
- Setembro de 1981 - Eleita a primeira diretoria tendo à frente o médico Xenocrates de Carvalho Sá, empossado em 21 de outubro de 1981 para o período de 1981 a 1983, permanecendo no cargo até 1986.
- 1986/89 - Dr. Flávio Rodrigues Nogueira assume a Presidência do SIMEPI.
- 1989/90 - Dr. Antônio de Pádua Rego Junior assume a Presidência do SIMEPI.
- 1990/91 - Dra Sirley Ferreira torna-se a quarta Presidente do SIMEPI.
- 1991/92 - Dra Lucia Maria do Rego Medeiros assume a Presidência do SIMEPI.
- 1992/93 - Assume a direção do SIMEPI uma junta governativa tendo à frente o médico Sérgio Ibiapina, que convoca uma nova eleição.
- 1993/93 - Dr. Raimundo Nogueira de Sá Filho assume a Presidência do SIMEPI.
- 1993/96 - Com o pedido de afastamento do médico Raimundo, assume a Presidência do SIMEPI o vice-presidente Dr. Manoel Antonio Gomes de Castro.
- 1996/2004 - Preside o SIMEPI o Dr. José Francisco Vasconcelos.
- 2004/2007 - o médico Dr. Leonardo Eulálio de Araújo Lima assume o SIMEPI.
- 2008/2010 - Leonardo Eulálio de Araújo Lima cumpre segundo mandato à frente do Sindicato dos Médicos do Piauí.
Dr. Felipe Eulálio de Pádua
Presidente da Associação Piauiense de Medicina