Categoria desaprova limites em consultas do Iapep Saúde
O Iapep Saúde, plano de assistência do governo estadual do Piauí, não tem desagradado apenas os seus beneficiários. A categoria médica vem se mostrando insatisfeita com os problemas apresentados pelo convênio, principalmente com o limite de consultas imposto recentemente a usuários, clínicas e médicos.
Segundo o presidente da Associação Piauiense de Medicina (ASPIMED), Felipe de Pádua, os beneficiários do Iapep Saúde continuam pagando determinada percentagem pelos procedimentos, reajustados há cerca de oito meses. Ainda assim foi imposto um limite de 3 consultas mensais para cada usuário. “O que os servidores e os médicos não entendem é o motivo pelo qual, mesmo com todos os reajustes, houve essa limitação”, diz.
Sobre as declarações do presidente do Iapep Saúde, Antônio Rufino, de que estariam acontecendo exageros e desvios na solicitação de consultas, Felipe de Pádua afirma que os culpados devem ser identificados e punidos. “O gestor é quem tem acesso aos números do convênio. Se existem mesmo esses abusos, o gestor possui condições de apontar os nomes e penalizar os responsáveis por isso. Para um bom relacionamento entre Iapep e médicos, esses nomes devem ser apontados, a fim de que os profissionais não sejam nivelados por baixo”, declara.
Recentemente uma audiência pública na Assembléia Legislativa discutiu a situação do convênio. Na ocasião, a vice-presidente do Sindicato dos Médicos, Lúcia Santos, discordou do decreto que prevê o registro como pessoa jurídica para que o médico continue atendendo pelo Iapep. De acordo com a sindicalista, essa posição do governo favorece a mercantilização da saúde, já que as grandes empresas serão as primeiras a receber, em detrimento do médico que realiza o seu trabalho junto ao paciente.
A questão do Iapep Saúde continuará sendo debatida hoje à noite pelos profissionais da Medicina, em Assembléia Geral da categoria, na sede do Sindicato dos Médicos do Piauí.