Foi realizada nesta quinta-feira (12), em Teresina (PI), uma palestra com o deputado federal, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), no Sindicato dos Médicos do Piauí com o objetivo de debater a participação política dos médicos nas eleições do próximo ano, desde que os candidatos tenham compromisso com a categoria.

 

Com o tema: “Saúde: nossa voz no legislativo” o evento foi realizado em parceria com o Conselho Regional de Medicina e Associação Piauiense de Medicina. O debate reuniu médicos, estudantes de medicina, residentes e contou com as presenças dos representantes e presidentes dos Sindicatos dos Médicos do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Distrito Federal e Maranhão.

 

Na ocasião, Mandetta denunciou a diminuição dos investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos anos, o aumento das dívidas das Santas Casas de Misericórdia e o corte nos salários dos médicos federais, decorrente da MP 568/12.

 

Além disso, o parlamentar trouxe um histórico cronológico das últimas ações do governo federal, que comprovam o descompromisso com a oferta de serviços de saúde de qualidade. “Para o atual governo vale tudo pelo poder. Eles não tem moral e não tem ética. Não tem limite para se chegar ao poder e o que vem pela frente é pior ainda”, alertou o deputado federal.

 

Para a presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí, Lúcia Santos, os médicos tem a força para mudar a atual situação de “desmandos” do governo federal, desde que a categoria compareça nas eleições e permaneça unida. “Tudo o que a classe médica tem sofrido foi uma resposta do governo às denúncias que nós fizemos sobre as precariedades na saúde pública. O caos está instalado e nós sempre denunciamos. O governo colocou erroneamente o nome do médico como responsável por essa situação”, afirmou.

 

De acordo com a avaliação do estudante de medicina do Piauí, Wilton Filho, os universitários são os mais afetados com a criação do programa Mais Médicos, pois realizaram vestibulares concorridos nas melhores faculdades e, agora, os médicos estrangeiros estão exercendo a medicina sem preparação. “Assim que a gente se formar, nós vamos competir no mercado de trabalho com profissionais sem comprovação da qualidade. Nós temos que valorizar as nossas horas de estudos e as noites não dormidas. O governo valoriza pouco o CRM do médico”, disse.

 

O presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Geraldo Ferreira, destacou que está realizando um trabalho árduo para dar independência à FENAM, e que, atualmente, as entidades médicas são uma das poucas instituições que fazem oposição ao governo e que, por isso, a categoria está sendo perseguida.

 

“Nós precisamos denunciar em todos os fóruns o descalabro que se encontra a saúde pública. Há locais que não têm os equipamentos mínimos para dar assistência à população. Não tem nada no interior, mas o governo tem dinheiro para enviar seis mil cabos eleitorais para trabalhar nas eleições {se referindo aos médicos cubanos}”, afirmou o presidente da FENAM.  

 

Geraldo Ferreira completou ainda que os médicos precisam entender e se mobilizar para eleger, em 2014, representantes que defendam as bandeiras do movimento médico.