O presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Geraldo Ferreira, afirmou que hoje o Brasil coloca no mercado aproximadamente 17 mil médicos ao ano, sendo que já existem 370 mil médicos atuando. Segundo ele, a presença de 6 mil médicos do exterior não vai resolver o problema da carência desses profissionais.

 

Ele destacou que a reprovação dos médicos formados do exterior no Revalida chegou a 95% em alguns anos. Segundo ele, isso mostra que o processo de avaliação dos médicos formados no exterior deve ser rigoroso, sob pena de colocar em risco a saúde e a vida da população.

 

Ferreira disse entender a preocupação dos prefeitos com a falta de atendimento à população, mas, segundo ele, importar médicos a um custo mais baixo não é a melhor solução para o problema.

 

Na avaliação dele, a Justiça reconhece que não e possível abrir o mercado brasileiro sem que as regras legais sejam respeitadas e o governo estaria tentando abrir uma exceção.

 

Audiência debate a contratação de médicos estrangeiros

 

As comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; e de Seguridade Social e Família discutem nesta quarta-feira (15) a contratação e a entrada de médicos estrangeiros no Brasil. A reunião realizada no Plenário 12, foi proposta pelos deputados Damião Feliciano (PDT-PB) e Dr. Rosinha (PT-PR).

 

De acordo com Damião Feliciano, o Governo Federal quer facilitar a entrada de médicos estrangeiros no Brasil, com propósito de suprir a falta de profissionais, no interior do País, nas periferias e nos programas de assistência básica. "A categoria médica, entretanto, argumenta que existem médicos brasileiros suficientes e bem qualificados, que estão dispostos à ir para áreas de difícil acesso, desde que lhes sejam oferecidas boas condições de trabalho e qualidade de vida", afirmou.

 

Os médicos brasileiros, acrescenta Dr. Rosinha, também contestam a entrada de médicos estrangeiros no País sem que os profissionais façam o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos, o Revalida.

 

Foram convidados:

 

- o presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira Filho;

- o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto Luiz D'avila;

- o presidente da Associação Médica Brasileira, Florentino Cardoso;

- representante do Ministério da Saúde;

- representante do Ministério das Relações Exteriores e

- a presidente do Conselho Nacional de Saúde, Maria do Socorro de Souza.