Para entidade, medida não solucionará o problema da fixação dos profissionais em áreas de difícil provimento e ainda prejudicará a formação médica.   A Federação Nacional dos Médicos, diante do anúncio do Governo em criar cerca de 2,5 mil novas vagas em cursos de medicina, afirma que o ensino médico não pode ser mercantilizado. Para o presidente da entidade, Cid Carvalhaes, a medida não solucionará o problema da fixação dos profissionais em áreas de difícil provimento e ainda prejudicará a formação médica e, consequentemente, a assistência de qualidade à população.   "A FENAM já deixou muito bem claro que é contra ao aumento inescrupuloso nas vagas de medicinas existentes no país ou criação de novas faculdades, sem as condições mínimas necessárias. A experiência mostra que os profissionais mal formados têm tendência de aprofundar esta má formação no curso da atividade profissional e quem pagará o preço será a população brasileira. Não se pode mercanitilizar o ensino, às custas da má formação dos profissionais "    Há anos, a entidade advoga que o problema no Brasil não é falta de profissionais. Os médicos não irão para o interior se não tiverem uma Carreira de Estado, plano de carreira e condições mínimas de trabalho. Formar médicos indiscriminadamente, irá apenas saturar, ainda mais, o mercado dos grandes centros.    Número de médicos é suficiente para atender população   O número de médicos no país tem crescido muito nos últimos anos. De acordo com o Conselho Federal de Medicina, em outubro de 2011 existiam cerca de 370 mil médicos em atividades no Brasil. Para se ter uma ideia do que isso representa, basta compararmos com o aumento populacional. De 1970 para cá, a população brasileira cresceu 104,8%, enquanto o número de médicos aumentou em 530%. Dados atuais demonstram que em 2010, 13 mil novos médicos saíram das faculdades.   Estes são dados buscam comprovar que no Brasil não existe falta de médicos. A explicação se dá na má distribuição. O estudo mostra que há uma tendência de o médico fixar moradia e local de trabalho na cidade ou região onde fez sua graduação ou residência médica. Isso pode explicar, em parte, a maior densidade de médicos em cidades com maior número de faculdades de medicina. Regiões menos desenvolvidas, mais pobres e interiores de estados têm maior dificuldade para fixar e atrair profissionais 
Luta e mobilização Para o presidente da FENAM, os médicos precisam se organizar e continuar na luta. "Não adianta pensar que o problema será resolvido com negociações com o Governo ou com parlamentares, esta luta é política. Precisamos de uma mobilização em todo o país, onde fique claro que os pontos propostos são prejudicais para a saúde da população brasileira."   Fonte : FENAM