Estado tenta tornar paralisação dos médicos ilegal, mas justiça nega
O Sindicato dos Médicos do Piauí (SIMEPI) foi surpreendido mais uma vez pela postura adotada pelo Governo do Estado na tarde de ontem (6). Após tentar desqualificar a razão da paralisação dos médicos com números distorcidos, o Estado moveu uma ação de dissídio contra o Sindicato da categoria, pedindo ao Tribunal de Justiça do Estado que fosse declarada a ilegalidade da paralisação e, portanto, sua imediata suspensão. Além disso, a ação também determinava a permanência de 80% dos médicos, abstenção de ocupar prédio público e se abstendo de impedir o acesso de servidores às repartições sob pena de multa diária no valor de R$ 100 mil. Cabe informar, que em nenhum momento o movimento de paralisação causou transtornos onde quer que tenha passado e muito menos impediu o serviço de algum servidor. Também não faltou com a responsabilidade de atender os casos de urgência e emergência a que se propôs no documento enviado ao gestor responsável. A ação foi julgada pelo desembargador Raimundo Nonato de Costa Alencar que disse, em seu despacho, que o Sindicado dos Médicos notificou a Secretaria de Saúde do Piauí (SESAPI) sobre a paralisação com o compromisso de resguardar as situações de urgência e emergência. Dessa forma, o desembargador entendeu que não estão interrompidos os serviços básicos de atendimento, razão pela qual não vislumbra a ilegalidade suscitada pelo Estado e nem necessidade de determinar percentual mínimo de atuação da classe. A presidente do SIMEPI, Dra. Lúcia Santos argumenta que é direito de toda a profissão se manifestar através de paralisação quando é necessário. Segundo ela, "A medida só foi tomada depois de esgotadas todas as tentativas de estabelecer um diálogo com o Governo do Estado. A classe médica, como qualquer outra profissão, tem o direito de paralisar. Mas não esquecemos nossa responsabilidade e estamos respeitando os atendimentos de urgência e emergência. Pedimos a compreensão da população, pois estamos lutando para que a situação seja regularizada rapidamente e buscamos melhorias para a estrutura dos hospitais e para as condições de atendimento aos nossos pacientes”, ressalta.