Em ato público realizado no último dia 25, os médicos da rede de pública de Caruaru entregaram 105 pedidos de exonerações, de uma relação de 108 profissionais que a Secretaria Municipal de Saúde encaminhou ao Sindicato dos Médicos de Pernambuco há três meses.

 

Os médicos voltaram a cobrar transparência do prefeito José Queiroz sobre os gastos com a saúde no município. Apesar de prometido, os gastos não foram apresentados até hoje pela prefeitura. Além disso, a categoria protestou contra a postura intransigente e autoritária da secretária de saúde, Maria Cristina Sette, que, segundo a diretoria do Simepe, criou dificuldades na negociação.

 

"Faz vergonha o prefeito dizer que não pode pagar ao médico salário de R$ 3.060, enquanto paga R$ 9 mil a um assessor de gabinete. Que vergonha senhor prefeito!", denunciou um médico.

 

"Dizer que governa sem médicos é, no mínimo, falta de respeito com os profissionais e, sobretudo, com a sofrida população caruaruense. O prefeito que tem plano de saúde não precisa da saúde pública, mas o povo precisa", desabafam os dirigentes do Simepe.

 

DEMISSÃO COLETIVA


Na noite de segunda-feira, dia 24, os médicos realizaram assembléia geral e a categoria ratificou a decisão pela demissão coletiva, aprovada desde a semana passada.

 

O vice-presidente do Sindicato dos Médicos, Sílvio Rodrigues, classificou a decisão como uma das mais importantes dos últimos tempos e salientou que o movimento pela valorização e pela assistência à saúde de Caruaru assumiu proporções significativas. "Os profissionais exigem respeito e carreira digna", destacou.

 

Para o advogado da Defensoria Médica, Mauro Feitosa, pedir exoneração é uma garantia constitucional, exercício de direito e legal. Ele afirmou que os médicos vão cumprir o prazo exigido por lei.