Nesta quinta-feira (06), o Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI), por meio do seu Programa de Educação Continuada (PEC), realizou o “II Fórum Sobre a Situação Atual da Assistência Obstétrica no Piauí em tempos de Covid-19: Repercussões Maternas e Perinatais”. O evento aconteceu totalmente online, através de uma plataforma de streaming, contou com as participações de diversos profissionais e acadêmicos de todo o Estado.   Mediado pela Dra. Lúcia Santos, diretora do SIMEPI, o palestrante, ginecologista e obstetra Dr. Arimatéa Júnior, abordou informações pertinentes à toda sociedade e dados específicos da obstetrícia no Piauí, diante do combate à pandemia de Covid-19.   Samuel Robson Moreira Rêgo, Presidente do SIMEPI, Dra. Joeline Maria Cleto Cerqueira, Presidente da Associação Piauiense de Ginecologia e Obstetrícia, Dr. Paulo Márcio Sousa Nunes, Presidente da Associação Médica Brasileira - Secção Piauí, Dr. Jose Itamar Abreu Costa, Presidente da Academia Piauiense de Medicina e Dr. Mariano Lopes da Silva Filho, Secretário do Conselho Regional de Medicina do Piauí, foram os nomes que compuseram a mesa de honra desta edição.   Dra. Lúcia Santos falou sobre da logística no enfrentamento dessa pandemia, tanto do Governo do Estado como da Prefeitura de Teresina. “Fechar os pré-natais de baixo e médio risco, em Teresina, certamente levou ao agravamento dessas pacientes e a gestações de alto risco. Houve também uma grande falha em relação à segurança do trabalho dos médicos e outros profissionais da saúde. Os equipamentos de proteção individual foram e estão inadequados, além do planejamento dentro dos postos e hospitais, na vestimenta desses EPIs, que não existiu. Isso levou a um grande número de contaminações desses profissionais, resultando em óbito. Podemos verificar que, na Maternidade Dona Evangelina Rosa, o número de óbitos de médicos foi praticamente igual aos das gestantes”, alertou.   O presidente da entidade, Dr. Samuel Rêgo, frisou a importância de se realizar eventos como este para toda a sociedade e fez duras críticas à má gestão que vem sendo realizada a nível estadual. “Os profissionais que trabalham nas unidades de saúde precisam ter um ambiente de qualidade e proteção, precisam trabalhar com segurança e isso reflete em um atendimento que beneficia toda a sociedade. Esse fórum discutiu a assistência obstétrica diante da Covid-19, onde pudemos identificar muitas falhas do governo em relação à proteção desses médicos, que reverteu em um número alto de infecção e mortes desses profissionais”, disse.   Dr. Samuel Rêgo explicou que o caos na saúde pública era uma tragédia anunciada pelo SIMEPI. “Estamos denunciando a precariedade do serviço público de saúde há muito tempo. Hoje estamos aqui lamentando todas as mortes causadas, porque a gente percebe que um dos maiores problemas dessa pandemia está na gestão da saúde estadual”, completou.   Entre dados e questionamentos discutidos durante o Fórum, foi citado e visto como positiva a obra da nova maternidade em Teresina, mas a entidade avisa que está em alerta. “É necessário a construção da nova maternidade e estamos acompanhando, mas ao mesmo tempo ficamos preocupados com a data de conclusão dessa obra. Essa obra é necessária, pois a Maternidade Dona Evangelina Rosa atualmente tem uma capacidade muito aquém da demanda que ela atende”, frisou Dr. Samuel Rêgo, presidente do SIMEPI.   Este foi o segundo fórum, realizado pelo SIMEPI, sobre assistência obstétrica no Piauí que o Dr. José Arimatéa dos Santos Júnior participou e pode compartilhar informações importantes com toda a sociedade, frutos dos estudos realizados à frente da obstetrícia piauiense.   “Quero agradecer o convite da diretoria do SIMEPI pela oportunidade de abordar o tema da assistência obstétrica em tempos de pandemia, na realidade do nosso estado. É sempre uma satisfação, pois este é um tema que nos preocupa e nosso objetivo é agregar e ajudar a melhoria da assistência à mulher, que em algumas situações deixa muito a desejar”, afirmou Dr. Arimatéa Júnior.   Ele ainda alertou sobre dados e a importância de eventos como este. “Nós ainda temos números de mortalidade preocupantes, quando comparados a regiões mais desenvolvidas. É por meio da educação continuada que vamos discutir esses assuntos, para avançarmos no tratamento das nossas pacientes”, conclui.