Ponto eletrônico, concurso público para especialidades, data base com percentual, condições de trabalho e vistoria sobre a municipalização dos hospitais. Estes foram os principais pontos discutidos pela Assembléia Geral dos médicos vinculados à Secretaria Estadual de Saúde, visando melhorias nas condições de trabalho e atendimento digno à população.

 

Durante a reunião foram apontadas deficiências, como a excessiva carga de trabalho imposta ao profissional. O presidente do Sindicato dos Médicos, Dr. Leonardo Eulálio, reafirmou a luta da entidade pela realização de concursos públicos, principalmente para especialidades mais carentes, como clínica  e obstetrícia.

 

Leonardo Eulálio ressaltou também o prejuízo da instalação dos pontos eletrônicos. “O ponto não deve ser assinado pelo médico em virtude das particularidades da atividade médica”, destacou.

 

O presidente da Associação Piauiense de Medicina, Dr. Felipe de Pádua, explicou que a data-base estadual é no mês de outubro e que até esse mês deve haver uma definição da categoria, tomando como base o salário mínimo defendido pela FENAM. O SIMEPI buscará reajuste salarial, tendo em vista a última etapa do enquadramento no Plano de Carreira Médica do Estado, prevista para o próximo mês de maio.

 

Questionado sobre o posicionamento que os médicos devem tomar frente ao decreto do Governo do Estado que obriga os profissionais credenciados ao IAPEP a efetuar inscrição como pessoa jurídica, o presidente do SIMEPI afirmou que a categoria precisa aguardar decisão do desembargador Antônio Peres Parente, frente à Ação de Inconstitucionalidade movida pelo sindicato contra o decreto.

 

Vários médicos presentes apontaram falhas no sistema de marcação de consultas por telefone implantado no Hospital Getúlio Vargas. O médico e vereador, Dr. Pessoa, pontuou a dificuldade para conseguir uma vaga e, em contrapartida, o grande volume de pacientes que faltam às consultas agendadas. 

 

O vereador denunciou ainda a mudança na funcionalidade do Hospital do Mocambinho, que será destinado à reabilitação de dependentes químicos, o que prejudicaria cerca de 80 mil pessoas que moram na região. Outro hospital que entrou na pauta foi o antigo HDIC, cujo volume de atendimentos gira em torno de 100 a 150 procedimentos por plantão, situação que piorou após o afastamento dos residentes.

 

O Sindicato dos Médicos também se comprometeu a investigar denúncia de que médicos do interior não estão recebendo as gratificações de urgência e emergência. O presidente do Conselho Regional de Medicina, Dr. Wilton Mendes, destacou ainda o trabalho de fiscalização do processo de municipalização dos hospitais do interior.