A categoria médica decidiu em Assembléia Geral, realizada na última terça-feira (03), limitar o número de atendimentos na rede pública de saúde. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos, Leonardo Eulálio, a decisão foi motivada pela excessiva carga de trabalho imposta aos médicos, que chegam a atender mais de cem pacientes em um único plantão.

 

"Na verdade, ninguém consegue atender essa grande quantidade de pessoas. Você apenas adia o problema, porque o diagnóstico é feito apenas com base nos sintomas, sem analisar o histórico daquele paciente, que tipo de vida ele leva. Por isso, muitos voltam dias depois com o mesmo quadro clínico porque a raiz do problema não foi tratada", explica o diretor do SIMEPI, Fábio Furtado.

 

Leonardo Eulálio afirma que a idéia de restringir o número de atendimentos já foi implementada em outros estados, como Pernambuco, onde o Conselho Regional assinou uma portaria limitando o atendimento a 36 pacientes por médico em uma jornada de 12 horas de trabalho em setores de urgência e emergência. O número cai para 14 pacientes em quatro horas quando se trata de consultas ambulatoriais.

 

"Cada tipo de serviço exige um tipo de atendimento diferente e, portanto, um maior ou menor tempo do médico. Para colocar a iniciativa em prática no estado, o sindicato já encaminhou um ofício ao Conselho Regional de Medicina do Piauí para possíveis adaptações à resolução do CREMEPE", ressaltou Leonardo Eulálio.

 

Além dessa medida, o SIMEPI levará ao Prefeito Sílvio Mendes, reivindicações a respeito da data base para reajuste salarial, aparelhamento dos hospitais para maior resolutividade, segurança para os profissionais de plantão, condições dignas de trabalho, convocação de concursados para suprir a escala de plantão dos hospitais e clínicas do município e a definição de um prazo para que a Fundação Municipal de Saúde coloque em dia o pagamento da produtividade, que está atrasada há quatro meses.