Workshop do SIMEPI para profissionais da educação debateu e desmistificou o TDAH na infância
Em busca de conhecimento, profissionais da educação estiveram presentes no auditório do Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI) para participar do workshop “TDAH nas escolas: da concepção à conduta”. Os médicos Maurício Santos (Psiquiatra da infância e adolescência) e Samuel Rêgo (psiquiatra e terapeuta do comportamento) estiveram à frente da temática, esclarecendo dúvidas e identificando pontos importantes do transtorno. O curso foi gratuito com direito a certificação de 4 horas, contou com cerca de 200 professores da rede pública e privada e fez parte do Programa de Educação Sustentável (PES) do SIMEPI.
O PES viabiliza uma educação continuada trazendo cursos, palestras e workshops com o objetivo de fornecer ferramentas para disseminar, aplicar e multiplicar o conteúdo trabalhado e discutido aos participantes. Os conteúdos são repassados com expertise e propriedade nos temas por médicos sindicalizados, comprovando que, além de apoiarem a sua categoria, preocupam-se em difundir e discutir temas importantes para a classe médica, sociedade e outras profissões de interfaces com a medicina.
Dr. Maurício Santos iniciou a palestra explicando que este é o transtorno de neurodesenvolvimento mais comum de todos na infância. “Se a gente consegue dar mesmo que uma pequena ajuda nessa fase da vida, isso faz uma diferença enorme no futuro da criança. É muito importante que a gente diagnostique ainda no inicio da vida escolar para que o TDAH não prejudique o desempenho acadêmico, pessoal e social dela”, disse.
No último dia 07 de maio, foi aprovada a redação final do Projeto de Lei 7.081/10, que dispõe sobre o diagnóstico e tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Dislexia na atenção básica, na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Uma conquista da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA).
Esse é um Projeto de Lei que tramitava há 10 anos em várias instâncias da Câmara dos Deputados e do Senado para garantir que crianças com TDAH e Dislexia tenham acesso a recursos pedagógicos individualizados e especializados para o problema deles e que os professores tenham oportunidades de capacitação nessa área.
“Eu costumo dizer que essas leis não eram necessárias, porque a necessidade existe na vida prática. O ideal é que o próprio sistema de ensino fosse direcionado para isso, mas assim que a Lei for sancionada, ela poderá funcionar na prática e, se sair bem do papel, os professores poderão estar mais capacitados e ter acesso a recursos pedagógicos mais apropriados para evitar problemas futuros”, comentou o médico Maurício Santos.
Compreendendo a importância na prática, e a relevância do tema para conscientização da relação do conhecimento do TDAH entre aluno e professor, o Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí iniciou o calendário de eventos do ano de 2019 promovendo uma manhã de conhecimento e aprendizado, tendo como público alvo professores da rede pública e privada. Samuel Rêgo, palestrante e presidente do SIMEPI, enfatizou a tradição da categoria de se envolver e colaborar com assuntos sociais.
“Uma das coisas que preocupam muito hoje em dia é a violência causada por jovens e adolescentes. E o TDAH, sem dúvidas, é uma condição que está muito associada aos comportamentos disruptivos, que são comportamentos agressivos, violentos e antissociais. Se tratado na infância, pode mudar o rumo desses jovens, não beneficiando apenas eles, mas toda a sociedade”, explicou Samuel Rêgo.
Para o SIMEPI realizar esse evento inicialmente com professores, trouxe um início de entendimento na cadeia (professores, alunos e pais), pois são formadores de opinião e poderão levar adiante tudo que foi abordado no evento. Com isso, estarão mais cientes de como lidar com esses casos dentro das escolas, com os pais e crianças. Em breve acontecerão eventos nessa mesma temática voltados para a família.
Para Jeane Oliveira, professora há 15 anos, o evento foi uma excelente oportunidade para adquirir conhecimento e espera que logo o SIMEPI possa realizar outra edição com as famílias. “Muitas famílias não têm a oportunidade de aprender e saber identificar a TDAH. Eu mesmo tenho contato com famílias que passam por isso. Todos os assuntos foram importantes e vi muita coisa que não conhecia ainda. Eu estudo muito esse assunto, tanto para identificar problemas com meu filho autista e meus alunos. Graças a isso, tenho alunos que consegui identificar, pude orientar os pais, que fizeram tratamento, e hoje conquistaram uma grande melhora nos filhos”, conclui.