O Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí considerou vazias as denúncias feitas pelo Secretário Estadual de Saúde ao jornal Meio Norte na edição desta terça-feira (27). De acordo com o presidente do SIMEPI, Leonardo Eulálio, a classe médica contesta as declarações do secretário, que antes mesmo de receber o relatório completo do Ministério da Saúde divulgou que médicos estariam falsificando documentos para trabalhar em mais de um município pelo Programa Saúde da Família.

 

“Não é assim que se resolvem os problemas. Se existem médicos que se utilizam desses artifícios, com certeza não é a maioria e o secretário não pode simplesmente expor toda uma categoria com denúncias vazias e sem comprovação. Havendo a comprovação, os responsáveis devem ser punidos”, afirmou o presidente do sindicato.

A entidade afirma que não é conivente com nenhum tipo de fraude e até incentiva o recadastramento dos médicos junto ao Conselho Federal de Medicina para evitar a utilização das carteiras médicas por quem deseja praticar a profissão ilegalmente.

O diretor do SIMEPI, Fábio Furtado, afirma que o médico só poderia cometer esse crime diante da negligência ou aval do gestor. “Antes de contratar o médico, o gestor precisa ter certeza de que a situação do médico está devidamente regularizada junto ao Conselho Regional de Medicina”, explica.

O presidente do CRM do Piauí, Wilton Mendes, ressalta que uma das principais funções do Conselho é exatamente fiscalizar o exercício da Medicina e que o gestor deve procurar o CRM antes de contratar qualquer médico para ter certeza de que não se trata de um impostor, a exemplo do recente caso registrado nos municípios de Matias Olímpio e Miguel Alves. “Se os gestores tivessem seguido o processo burocrático correto, teriam resguardado a população. Não temos como mensurar o mal causado por esse falso médico, que ainda está foragido”, lamenta.