SIMEPI constata caos na saúde pública em Picos e solicita fiscalização nas contas do município ao TCE-PI
Diretores do Sindicato dos médicos do Estado do Piauí estiveram na manhã de hoje (13) em reunião com o Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE), Kennedy Barros, para apresentar relatório denunciando uma série de irregularidades nas contas da Secretaria Municipal de Saúde de Picos e solicitar que estas sejam fiscalizadas.
A visita do sindicato à Picos foi provocada por denúncias dos médicos que prestam atendimento na rede municipal desta cidade e que vêm sofrendo pelo descaso da gestão em relação à saúde pública. Durante os dias 11 e 12 de março, representantes do SIMEPI, juntamente com a Assessoria Jurídica, estiveram reunidos com a categoria médica local, a Promotora de Justiça, Dra. Romana Leite, e com a Secretária de Saúde, Marília Gomes. Dentre os vários problemas estão:
- O Programa Saúde da Família (PSF) não funciona de forma satisfatória e os pacientes acabam procurando o Hospital Regional Justino Luz como alternativa. A procura por consultas acaba superlotando e exaurindo os médicos plantonistas, que foram contratados para atender urgências e emergências no hospital;
- Em relação ao SAMU, as ambulâncias estão sem condições de transferir pacientes devido irregularidades na documentação.
- A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) está construída há mais de um ano e sem funcionamento para a população por falta de contratação de profissionais;
- O Hospital Regional não conta com leitos psiquiátricos, aprovados em Lei e que ainda não foram implantados sendo que o único hospital psiquiátrico da cidade foi fechado
- Os médicos estão há três meses sem receber seus salários e trabalham em péssimas condições de trabalho.
“Em uma conversa com a secretária de saúde do município, Marilia Gomes, tentamos encontrar soluções para os problemas, mas ela não demonstrou nenhuma perspectiva de resolução destes. Alega que a secretaria está “quebrada”, sem verbas e não ofereceu nenhuma proposta para a categoria médica. Não há justificativa para tal discurso, enquanto a população está padecendo e os profissionais estão aflitos”, conclui Samuel Rêgo, presidente do SIMEPI.