Abraçando a ideia do Setembro Amarelo, o Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI) realizou o workshop “Suicídio: Vamos prevenir?”. Evento este que fez parte de uma das ações realizadas na campanha “Uma vida para vida” e que aconteceu no auditório da sede do sindicato com transmissão ao vivo pelo Facebook.

O evento contou com palestra dos médicos psiquiatras Samuel Rêgo, Ediwyrton Freitas e Leonardo Luz, que abordaram temas como conceituação, fenômenos sociais e epidemiológicos ligados ao suicídio, mudanças que acontecem na sociedade coincidindo com o aumento da prevalência desse ato, aspectos gerais e o crescente número de casos entre os médicos, assim como prevenção, influências e dados do tema proposto.


Dr. Ediwyrton Freitas

Abordando conceituação, dados de prevalência e frequência, Dr. Ediwyrton Freitas apresentou números de estudos realizados a nível nacional e em nosso estado, reforçando a importância de ter acesso a essas informações. “Informação em saúde é sempre a forma essencial, não só combater, mas de prevenir. Além de um fenômeno de saúde, o suicídio é um fenômeno social. Se a gente não conhece a fundo, não temos como abordar. É sempre importante debater e conhecer para estabelecer uma forma de enfrentamento dessa questão”, comenta.


Dr. Leonardo Luz

Leonardo Luz trouxe à tona a mesma temática envolvida dentro da classe médica. Acarga horária excessiva de trabalho, problemas familiares e conjugais, depressão, consumo de bebidas e drogas foram citados como os principais fatores de causa. “O suicídio entre os médicos é uma realidade crescente. Durante muito tempo se acreditou que não deveria discutir o suicídio, mas é um tema que merece ampla discussão. Com responsabilidade e respeitando, inclusive, os manuais da Organização Mundial de Saúde (OMS) no tocante à imprensa, de como deve-se abordar de modo responsável a temática e ajudar na prevenção em si, de fato”, comenta.

O aumento na frequência de pessoas tirando a própria vida e as maneiras de entender como as relações interpessoais e intersociais influenciam isso são de suma importância para se debater abertamente. O suicídio não deve ser levado como doença. Embora saibamos que mais de 90% das pessoas que cometem o ato apresentam algum transtorno psiquiátrico e isso não pode ser visto como a única causa. Existem outros fatores de risco e proteção que podem ser trabalhados por profissionais, a fim de reduzir os números.


Dr. Samuel Rêgo

Samuel Rêgo, presidente do SIMEPI, em suas palavras reforçou e conscientizou a importância de se trabalhar o suicídio como forma de prevenção. “Eventos como esse devem-se multiplicar cada vez mais, para que as informações apresentadas alcancem um maior número de pessoas. Nessa causa, um maior conhecimento do tema e a troca de informações é de extrema importância para que todos tomem consciência de onde as pessoas devem mudar, reforçar, melhorar, sempre com o intuito de combater o alto índice”, declara.

“Uma vida para vida” é uma campanha idealizada de conscientização sobre o suicídio, idealizada pelo Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí, contemplando as ações do Setembro Amarelo desenvolvidos por todo o país.


Registro dos médicos Renato Leal, Lúcia Santos, Samuel Rêgo e Leonardo Luz