O dia 03 de agosto ficou marcado pelo Movimento Fora Barros, realizado pela Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Confederação Nacional dos Médicos (CNM) e os demais sindicatos do país, na cidade de Brasília (DF). O Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI) esteve presente, representado por Samuel Rêgo, presidente do sindicato, que seguiu a agenda do movimento.



A mobilização começou logo cedo, às 9 horas, com a concentração de representantes da classe médica de todo o País, em frente ao Ministério da Saúde. Às 10 horas os profissionais participaram de uma audiência sobre a saúde pública e reivindicações da classe médica, com o Deputado Izalci Lucas e a presença de parlamentares e entidades médicas.

A audiência pública aconteceu no Auditório Nereu Ramos, no anexo 4 da Câmara dos Deputados, e tratou sobre os desafios que a saúde pública no Brasil precisa enfrentar para que a saúde pública chegue, no mínimo, em um patamar aceitável.



“Pudemos debater sobre a privatização e o quanto isso é pernicioso para a saúde, devido já possuir poucos recursos e por boa parte dessas organizações acabarem desviando. Falamos também sobre ter médicos especialistas no Sistema Único de Saúde. É preciso aumentar o investimento nessa área, afinal, o governo valoriza a atenção básica, mas não percebe o quanto é difícil a população marcar uma consulta com um profissional especialista”, comenta Samuel Rêgo, presidente do SIMEPI.

O presidente afirma ainda. “É preciso que seja constituída uma Comissão de Direitos Humanos da Saúde, pois o que é visto nos hospitais é que faltam leitos, falta uma melhor estrutura, faltam materiais básicos como seringas, curativos, roupas esterilizadas e o resultado final são filas enormes para se conseguir atendimento especializado, seja consulta ou cirurgia, e a população padece por essa falta”.



Na parte da tarde, a diretoria da FENAM, CNM e demais entidades participaram de uma audiência com o Ministro, com o objetivo de levar as reivindicações da classe médica por melhores condições de trabalho e também de atendimento ao povo brasileiro. Na oportunidade, foi registrado o protesto contra a forma agressiva como essa autoridade tratou os médicos brasileiros, exigindo sua retratação. Dr. Jorge Darze, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), falou sobre atual situação de trabalho dos profissionais de saúde e entregou um documento com uma lista de reivindicações da categoria:

Veja o documento na íntegra.

I. Carreira médica com piso salarial FENAM complementado pelo governo federal para atenção básica e urgência e emergência;
II. Programa de aceleração de crescimento para a saúde com intuito de recuperar a infraestrutura das unidades de saúde básica, das Unidades de Pronto Atendimento – UPAs, das Unidades de Terapia Intensiva – UTIs e hospitais de referência e emergência com equipamentos, ampliação de leitos e concurso para contratação de recurso humano;
III. Comissão de Direitos Humanos na saúde formada por entidades médicas, governo e Ordem dos Advogados do Brasil - OAB para proteção aos pacientes para que não venham a óbito enquanto aguardam realização de exames, medicamentos, internações ou cirurgias;
IV. Revisão dos valores da tabela do SUS para internações e procedimentos defasados indispensáveis à população;
V. Comissões para acompanhamento e busca de soluções para áreas críticas de atendimento, como pediatria, oncologia, obstetrícia e psiquiatria, esta profundamente afetada pela explosão no uso de drogas;
VI. Exigência de revalidação de diploma para médicos formados no exterior para participarem do programa Mais Médicos;
VII. Não às terceirizações, pois não cria vínculos do profissional com a comunidade e tão pouco permite aos profissionais a defesa das boas condições de trabalhos e prestações de serviço, pelo risco de perseguição ou demissão do médico;
VIII. Todo apoio à residência médica com qualidade e equiparação da bolsa dos médicos residentes ao programa Mais Médicos;
IX. Paridade entre médicos aposentados e ativos;
X. Não à proliferação das escolas médicas e o controle de qualidade das já existentes. 
1. Por todo o exposto e diante desses pontos, a Federação Nacional dos Médicos, movida por suas finalidades estatutárias, vem requerer a Vossa Excelência que se digne a: 
2. Estabelecer grupo de trabalho para discussão e implementação dessas providências.



Lamentavelmente, a posição do ministro não correspondeu às expectativas dos presentes, pois não houve retratação e todas as suas respostas foram evasivas. A situação ficou tão tensa que o ministro deixou a sala e não voltou mais. "Pareceu que ele fugiu do diálogo”, afirmou Dr. Darze. A FENAM exige receber as respostas sobre o documento entregue.

Fonte: Matéria com informações da FENAM
Fotos: Ascom FENAM