Médicos entram na guerra contra o zika e a microcefalia
A Sociedade de Pediatria do Piauí vai entrar na guerra contra o mosquito Aedes aegypti. A intenção é cobrar das instituições públicas, ações efetivas contra o vetor causador da Dengue, Chikungunya e agora da Microcefalia, síndrome que causa a mal formação do cérebro de bebês em virtude do vírus Zika. Uma reunião na noite desta quarta-feira (9) no Conselho Regional de Medicina (CRM) marca o início de um planejamento de atuação.
Participam do encontro representantes da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Secretaria de Estado da Saúde, diretores de hospitais infectologistas, pediatras e obstetras. Ao final sairá uma carta com orientações ao poder público.
A presidente do SIMEPI, Lúcia Santos destacou a gravidade do problema. “O problema é grave, mas é muito mais grave a situação de falência da rede de saúde, onde os médicos trabalham com exaustão, sem estrutura e sem remuneração digna”, pontuou.
"A microcefalia é uma síndrome que impede o desenvolvimento do cérebro e vai resultar numa deficiência mental. Desta epidemia o mais importante é o cidadão. Esse é o primeiro passo que estamos dando para saber como mobilizar a sociedade", disse o pediatra Noronha Filho.
Segundo ele, a Sociedade de Pediatria será o agente catalisador para o máximo de informações chegue à população. "Queremos movimentar as instituições para que chegue à sociedade civil. O Aedes já existia aqui com a Dengue, Chikungunya e agora com a microcefalia e outras síndromes neurológicas. É uma epidemia séria e não sabemos onde vai chegar", alerta.
O Piauí já registrou esse ano 38 casos de Microcefalia. "Vamos elaborar uma carta e um planejamento para começar a cobrar das instituições junto à população. Queremos funcionar como cobrador", finalizou o pediatra.